I Ching
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Chinês Traditional
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Yì Jīng
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Significado Literal
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"Classic of Changes"
“Livro das Mutações”
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Transliterações
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Yì Jīng
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I Ching
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e̍k-keng
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Cantonês
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jik6
ging1
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jɪ̀k kɪ́ŋ
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I
Ching
“I” significa “Mutação”- representa a passagem do dia para a noite, do claro
para o escuro, do consciente para o inconsciente… Mas também significa “Mente”, pois ela também
se encontra em constante mutação: um
pensamento após o outro.
“Ching” significa “Tratado”, “Livro Sagrado”.
Mas
também significa “Trilho”, um caminho que
se forma e existe enquanto se caminha;
é por onde andamos.
Há cerca de seis ou sete
mil anos existia o mito universal de que todos os seres eram provenientes do
útero de uma Mãe Cósmica.
Esse mito da criação
universal teria tido lugar durante uma fase informe do mundo, onde nada podia
ainda ser identificado. Ou seja, existia a ideia de que toda a matéria teria
tido origem numa “sopa energética” onde nada estava individualizado – seria um
tempo anterior ao “Big Bang” a partir do qual o universo entrou em expansão.
Essa Mãe Cósmica, foi inicialmente cultuada na Índia,
como Kali, a Mãe Informe, recebeu depois o nome de Tiamat (Babilônia), Nu Kua (China),
Temut (Egito), Têmis (Grécia pré-helênica) e Tehom (Síria e Canaã) - este
último foi o termo usado mais tarde pelos escritores bíblicos para designar Abismo.
As mais antigas
noções da criação tinham origem no modelo básico do nascimento, que seria a
única origem possível das coisas.
Este estágio anterior
ao caos primordial provém da teoria arcaica de que um útero cheio de sangue
seria capaz de criar magicamente a prole. Acreditava-se que a partir do sangue
divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que
animasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade.
Essa é uma das razões pelas quais as danças das mulheres primitivas eram
repletas de movimentos pélvicos e abdominais.
Muitas
tradições referiram este princípio do Coração Materno que detém todo o poder da
criação; ele seria "uma energia capaz de coagular o caos espumoso" e
de organizar, separar e definir os elementos que compõem e produzem o cosmos.
A esta
energia organizadora os gregos deram o nome de “Diakosmos”, a Determinação da
Deusa. Os egípcios, nos hieróglifos, chamaram a este coração “ab” e os hebreus
foram os primeiros a chamar-lhe “pai”, (ainda que masculinizassem o conceito, a
idéia fundamental de família e continuidade da vida não era patriarcal).
O coração e o sangue definem um elo imanente a todos os seres que dele nasceram.
A doutrina do coração oculto, do universo que pulsa e mantém o ritmo do ciclo
das estações, dos nascimentos, mortes, destinos... Este é o “mistério” que está
no Livro dos Mortos ou das Mutações. No mesmo sentido, o livro chinês é
denominado I Ching Livro das Mutações.
O nome
chinês dado à Mãe Primordial e informe é Nu Kua. As referências a ela remontam
a 2.500 a.C. e a imagem permanece venerada nas regiões setentrionais.
Kuan
Yin ou A Mulher, é uma deusa dos casamentos e das mulheres em geral.
O corpo original do I Ching chama-se Oito Kua
(oito conjuntos de três linhas cada um), ou Nu
Ku - derivado linguístico de Mãe Primordial - e surgiu antes da dinastia Chou
(1150-249 a.C.).
No mapa
do I Ching a seguir
representado, os Kua estão assinalados com o circulo vermelho e, ao longo desta
apresentação irei desenvolvendo a interpretação do mesmo.
Yang
|
James Legge, na tradução para o inglês (1882), chamou trigrama
ao Kua formado por um conjunto de três linhas e hexagrama
ao de seis linhas, para distingui-los entre si. Esta tradução de Legge fez
parte da série “Sacred books of the East” (Livros Sagrados do Oriente), e foi
traduzida também para o português.
O I Ching escapou à grande queima de livros
feita pelo tirano Ch'in Shih Huang Ti (1011-1077 d.C.). Escapou, é o termo correcto pois na
época era considerado um livro de magia e adivinhação. Esta forma de olhar o
livro, como um oráculo, levou a escola de magos das dinastias Ch'in e Han, a
interpretá-lo segundo outras visões e a doutrina do yin-yang foi sobreposta ao
texto. O sábio Wang Pi veio depois a
resgatá-lo como um Livro de Sabedoria,
devolvendo-lhe a sua dignidade.
O
ocidente deve a Richard Wilhelm (1873/1930)
a divulgação fidedigna desta obra. Ele traduziu o I
Ching do Chinês para o alemão, ao longo dos anos que viveu na China
- inclusive durante a invasão japonesa. Para este feito, o sinologista alemão,
teve o apoio de um velho e sábio mestre, Lao Nai Suan, que morreu ao ser
concluída a tradução, não tendo testemunhado a edição alemã no ano de 1923. Wilhelm traduziu também outro clássico
chinês, o Tao Te Ching.
Ao
longo dos anos, têm-se feito várias traduções do I
Ching para línguas ocidentais - algumas claramente desrespeitosas, ora
por o tratarem como um oráculo de feira ou cartomância oportunista, ora por
tratarem a cultura chinesa e a sua filosofia clássica como primitivas, ora
pelos erros na técnica e classificação das linhas. Assim, Wilhelm continua a ser o autor da mais prestigiada tradução pois
até hoje, tanto no ocidente como no oriente, não lhe foi apontado qualquer
erro.
Olhando para trás, verificamos que o contacto
entre os fenómenos sagrados do Oriente e do Ocidente começou no séc. 16, quando
missionários jesuítas começaram a viajar para a Ásia para evangelizar os
“pagãos”. Pouco a pouco, notícias fragmentadas sobre as estranhas maravilhas da
cultura chinesa começaram a pingar neste lado do planeta. Embora tenham
impressionado e conquistado muitos estudiosos ocidentais, tais culturas nunca
se popularizaram por cá e vice-versa..
Hoje, o
interesse dos ocidentais pelo I Ching pode ser explicado pelo fenómeno
conhecido como pós-modernismo e as suas
“preocupações”. Ou seja, na sociedade actual os individuos em vez de se
limitarem às religiões tradicionais, que fornecem verdades dogmáticas e
estáticas, cada vez mais optam por crenças e filosofias exóticas. Nalguns
casos, sem normas rígidas e sem exigirem “assiduidade” num templo, estas
filosofias/religiões ancestrais acompanham o homem no seu quotidiano dando-lhe
conforto e sabedoria espiritual e emocional.
O primeiro grande cientista europeu a
interessar-se pela civilização da China foi um cortesão, diplomata e académico
alemão do século XVII Gottfried Wilhelm Leibniz (1642-1727), que assumiu a grande similaridade entre
a linguagem sistemática do I Ching e o Sistema Binário por ele desenvolvido,
a base matemática da linguagem de computação, sem esse sistema a civilização digital de hoje em dia não existiria.).
O Sistema Binário utiliza apenas
combinações variáveis de dois dígitos, 0 e 1, para representar todos os
números. O I Ching utiliza apenas combinações variáveis de duas
linhas, Yin e Yang, para representar todas as leis do universo que, no seu
conjunto, representam a vida.
O facto é que numa época em que a maioria dos
ocidentais nem sabia onde ficava a China, Leibniz tinha uma fonte
privilegiada de informações sobre o país, ele era amigo de um jesuíta francês
chamado Joachim Bouvet. Numa das cartas que este enviou a Leibniz de
Pequim, por volta de 1699, Bouvet falou de um certo livro antiquíssimo, que
segundo os chineses continha a chave para o conhecimento de todas as coisas.
Essa era a ideia nuclear da ciência do séc. XVII, havia uma chave, uma
teoria que explicaria todo o funcionamento do mundo. Em anexo a essa carta,
o jesuíta presenteou o amigo com uma cópia dos 64 hexagramas de Fu Hsi,
arranjados na sequência de Shao Yong.
“Quando viu os símbolos do I Ching, Leibniz
ficou quase alucinado, pois sempre havia sonhado com uma ciência que abarcasse
todo o Universo”, conta o sinólogo Spoviero. Leibniz tratou de procurar
ligações entre o I Ching e as suas próprias investigações
científicas. E encontrou! Aliás, já tinha encontrado alguns anos antes, quando
inventou o sistema binário. Após examinar os documentos enviados por Bouvet, Leibniz
convenceu-se de que os 64 hexagramas, na verdade, eram uma primitiva tabela
binária. Basta substituir as linhas inteiras pelo dígito 1, e
as quebradas pelo 0 e, em vez de grupos geométricos, surge uma sequência
de números binários com 6 dígitos. O hexagrama Kun, formado por seis
linhas quebradas torna-se 000000
–o equivalente binário ao número 0 –; No fim da tabela, o hexagrama Chien,
, vira 111111 – ou
seja, 63. Um rascunho neolítico da ciência da computação.
Sublinho que:
A computação, “omnipresente” na vida moderna,
baseia-se
simplesmente na mesma matemática que o I Ching:
Repare
na palavra ALEGRIA,
escrita em linguagem de computação:
01000001011011000110010101100111011100100110100101100001
E a
mesma expressão, sintetizada num hexagrama:
__
__ 0
_____
1
_____
1
__
__ 0
_____
1
_____ 1
Da
mesma forma que a linguagem "pura" do computador nos é
incompreensível e precisamos de sistemas operativos (DOS, Windows, Linux...)
que façam a tradução, bem como de "softwares" (aplicativos) para tarefas
específicas, também o entendimento directo de um hexagrama nos escapa e
necessitamos de "traduções" desta linguagem primordial. Para tal, existem
os textos de autores seculares e modernos, que nos trazem a sua filosofia, técnicas
e interpretações das linhas,
trigramas e hexagramas.
Assim,
como o computador variando somente entre zero e um, nos dá acesso a textos,
imagens, sons, vídeos, cores… o I Ching,
alternando entre yin e yang, produz combinações que evocam em cada um de nós,
situações típicas pelas quais todos passamos nalgum momento.
Mais precisamente, 64 “circunstâncias universais” (os
hexagramas). Estas circunstâncias são ARQUETÍPICAS, tão antigas e primordiais
que fazem parte do INCONSCIENTE COLECTIVO e, como tal, automaticamente evocam a
nossa empatia.
Niels Bohr (1885 - 1962), físico dinamarquês cujos trabalhos contribuíram
decisivamente para a compreensão da estrutura atómica e da física quântica, reconheceu
as semelhanças entre sua ciência das
partículas e as mutações descritas neste que é considerado “o livro mais
antigo do mundo”.
Até ao começo do séc. XIX, a ciência ocidental
era dominada pela doutrina da física “mecanicista”: a matéria era vista como
algo morto, imutável. Toda a mudança que ocorria no mundo seria resultado de
leis criadas por Deus, impostas de cima para baixo, exteriores ao próprio
Universo. Mais tarde, surgiu a idéia de que o mundo sofria um progresso linear
ou uma mudança constante, idéia que acabou celebrizada na Teoria da Seleção
Natural de Darwin.
A verdade é que no início do séc. XX, com os
estudos de cientistas como Albert Einstein, James Maxwell e Niels
Bohr, a “ciência moderna” ficou ainda mais parecida com o I Ching
. As novas teorias pintaram um Universo parecido com o proposto pelos místicos
chineses. Os físicos do séc. XX descobriram que as partículas que compõem a
matéria estão em perpétua transformação: protões convertem-se em eletrões que
se convertem em neutrões, e assim por diante.
O Universo não é algo estático, mas uma massa de
energia em constante transformação, uma teia de processos infinitos e dinâmicos
– ou mutações. E mais, o fluxo de metamorfoses que domina o mundo sub-atómico e
forma tudo o que existe, é regido pela dança de opostos (positivo/negativo,
Yin/Yang). À luz do I Ching há milénios que se diz: “Os electrões de
carga negativa giram em torno dos núcleos de carga positiva, formando o átomo,
a célula, o homem e o universo”.
Bohr compreendeu as semelhanças
entre a sua ciência e o livro antigo da China, tanto que, após uma viagem ao
Oriente em 1937, incluiu no brasão de armas da sua família o taichi – a esfera
metade escura, metade clara, símbolo da interacção entre yin e yang. Ele ajudou
a derrubar a noção de que as leis que regem o Cosmos são independentes da
matéria. Em vez disso, hoje acredita-se que essas leis emanam da própria
energia em mutação que forma o mundo. Esse conceito pode ser resumido no
seguinte lema:
“As leis naturais não são
forças externas às coisas,
mas representam a harmonia e o movimento inerente às
próprias coisas”
Note-se bem: esta frase não
nasceu num livro de física. É uma afirmação do I Ching.
O polémico cientista biomolecular Johnson
F. Yan, demonstrou a curiosa
semelhança entre a matemática do DNA e a do I
Ching, popularizada na sua obra "O DNA e o I Ching: o Tao da
Vida". Basicamente, o DNA é
composto por quatro letras do código, A, T, C e G. Elas são combinadas em
conjuntos de três, conhecidas como codões. Isto significa que existem 4 x 4 x 4
= 64 combinações disponíveis para as proteínas do código genético, e o I Ching
também tem 64 combinações, os hexagramas.
Pode ser só coincidência matemática mas, também o
alemão Martin Schonberger em “The I Ching and the Genetic Code”, de
1973, demonstrou cientificamente as complicadíssimas semelhanças entre a
formação, combinação e evolução destas 64 “entidades primordiais”.
É fácil
agora perceber que a estrutura do DNA e o I Ching
têm um propósito semelhante. O DNA é
usado para construir um organismo biológico, a expressão viva dos campos de
informação quântica. O I Ching é usado para criar um ser desperto
(harmoniosamente activo), fundamentado nas dimensões da consciência. Juntos,
eles sugerem que há uma mente cósmica compartilhada pelos sessenta e quatro codões do DNA e os sessenta
e quatro hexagramas do I Ching.
O campo
da informação quântica em torno do DNA e os modelos do I
Ching e da consciência profunda do Tao, são os nomes para o mesmo
estrato subjacente da consciência. É este nosso “eu” que transporta o nosso
universo manifesto, como o oceano transporta uma onda na sua superfície.
A física moderna sugere que o tempo
não existe num nível fundamental. Mais precisamente; um
objecto em 3D ao longo do tempo é o mesmo objecto, enquanto que em 4D - junção
das três dimensões perceptíveis mais o tempo
- o objecto perceptivel a cada momento em diferentes pontos, ao longo da linha
do tempo, é uma entidade diferente.
O Tempo só pode ser experimentado/vivido na perspectiva do observador/sujeito. Só ele vê aquela realidade, naquele local, naquele momento e, só ele se
conhece realmente a cada segundo ao longo do tempo.
Também o DNA possui aspectos do passado, presente e futuro do objecto (ser)
em questão, que funcionam como o mecanismo de diferenciação.
O DNA é o meio pelo qual um organismo (observador) evolui (muda) ao longo do tempo, mantendo a
continuidade orgânica da sua espécie e mais especificamente da sua linhagem.
O I Ching, dá-nos respostas com
uma definição do tempo, apesar do seu caracter intemporal. Sabendo analizar o hexagrama do presente e aquele em que ele se está a
transformar, (não esquecer que as linhas estão em mutação), podemos situar temporalmente
os acontecimentos.
O antigo I Ching, parece ser um modelo sofisticado das tendências de
evolução, generalizadas pelo DNA, onde “sobrevivem e alcançam o sucesso” os
mais aptos intelectual e espiritualmente.
DNA
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I Ching
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O DNA encerra todos os processos
vitais de todos os seres vivos, determinados por uma estrutura com formação
precisa.
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O I Ching engloba todos os processos existenciais
dos seres vivos, através de uma estrutura com formação precisa.
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A base do DNA é
constituída pela polaridade da dupla hélice, sendo a manifestação
fundamental da vida.
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A base do I Ching é constituída pela polaridade
Yin-Yang, manifestação fundamental do princípio universal.
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Quatro moléculas compõem
a hélice dupla do DNA: adenina, timina, citosina e guanina.
Elas interligam-se aos
pares.
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Quatro símbolos (linhas) são utilizados para compor uma
codificação: yang-repouso, yang-móvel,
yin-repouso e yin-móvel. Eles interligam-se aos pares.
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Três destas moléculas
formam uma palavra-código para a síntese da proteína.
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Três destes símbolos (linhas) formam um trigrama, que é a estrutura fundamental para formar os
hexagramas.
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Cada palavra é
constituída de três letras de entre quatro possíveis.
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Cada trigrama é constituída de três símbolos dentre
quatro possíveis.
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A direção de leitura das
palavras-código é estritamente determinada.
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A direção de leitura dos trigramas é estritamente
determinada.
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Duas das tríades denominam-se
"início" e "fim". Marcam o começo e o término de uma frase-código.
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Dois dos hexagramas denominam-se "Antes do
Fim" e "Após o Fim".
Marcam o fim e o início de uma situação vivencial.
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A programação da
identidade genética é determinada por um código de 64 palavras.
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Os hexagramas são as identidades de interpretação e
formam um conjunto de 64 condições.
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Uma ou diversas tríades
programam a construção de cada um dos vinte aminoácidos; sequências bem
determinadas dessas tríades elaboram a forma e construção de todos os seres
vivos, dento de um contexto evolutivo.
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Um – pode ser duas vezes o mesmo - ou diversos
trigramas formam os hexagramas que fornecem imagens vívidas e precisas de estados
dinâmicos da vivência; sequências bem determinadas desses trigramas
determinam uma programação de destino, dentro de um contexto evolutivo.
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Já sabe
agora que I Ching é o antepassado de
toda a filosofia chinesa, é a principal
fonte do misticismo pragmático do Tao Te Ching, do Humanismo Racional de
Confúcio e da estratégia analítica da Arte
da Guerra, de Sun Tzu.
Os
textos do I Ching estão carregados
com o que existiu de mais expressivo na cultura chinesa antiga e pode ser lido
como qualquer outro livro filosófico. Muitas pessoas desdenham a parte
oracular, dedicam-se ao estudo do I Ching
por o considerarem um manancial de sabedoria. Mas, a verdadeira sabedoria possui muitas faces, por isso é tão importante
estudar o conhecimento inscrito no Livro das Mutações, como saber usá-lo nas
questões práticas, na vida quotidiana.
Portanto,
quando se fala em I Ching,
fala-se numa ideologia que tem mais de 6000 anos, e que é a base da cultura chinesa,
do Feng Shui – a arte de harmonizar
o nosso lar e a nós mesmos – e do Tai
Chi Chuan – a dança do I Ching,
da Acumpunctura, das Artes Marciais Chinesas…
No seu
aspecto cosmogónico, o I Ching
descreve um universo (finito) em que a energia criadora provém do céu, sendo a
terra receptora e fecundadora dessa energia primária.
O I Ching considera a mudança a única realidade
existente, o ser. No ocidente identifica-se o ser com aquilo que resulta da
união da alma (princípio imaterial) e do corpo fisico (princípio material).
Para o I
Ching a matéria é só uma manifestação passageira de um princípio mais
profundo, o ser está permanentemente em mudança portanto a matéria é a
aparência desse fenómeno num dado momento.
Nos seus comentários, Zhou, e principalmente a escola
confuciana, acrescentaram um princípio moral que deve reger a conduta do “ser”
que aspire a ser «nobre».
Esta filosofia moral inspira-se na natureza e nas formas em que esta se
expressa, e por isso as figuras do I Ching encontram a sua correlação na vida
humana. As imagens dos hexagramas comportam-se como
metáforas/arquétipos da conduta apropriada num dado momento, numa dada
situação...
Vimos assim que a antiga filosofia
chinesa encarava o Universo como uma massa de energia em constante
transformação. Esses padrões ou estágios de metamorfose ocorrem tanto na mente
humana e nas relações sociais, quanto nos fenómenos da natureza.
Ou seja, abarcam tudo - tudo
pode ser analizado e conduzido à harmonia com a luz do I Ching
- desde os problemas domésticos de um camponês até ao movimento das galáxias. Daí
o primeiro nome do livro, I, Mutações.
A própria
estrutura do Livro representa padrões dinâmicos de relações de causa; todo o
desenho do Livro das Mutações constitui uma linguagem simbólica que gera
descrições de situações e das suas consequentes transformações no tempo.
Chegamos assim à conclusão de que o I Ching assenta num
sistema de numeração binário, ao mesmo tempo geométrico e aritmético, onde uma
linha contínua é ao mesmo tempo todos os números ímpares, e uma interrompida,
os pares. Os traços dos hexagramas
constroem-se de baixo para cima pois tudo cresce de baixo para cima- ao invés
da escrita chinesa posterior, que se constrói de cima para baixo.
As
versões originais do I Ching
terão sido inscritas em tiras de bambu ou madeira, que, quando combinadas com o
propósito de serem consultadas, não se pareciam com um livro dos nossos dias,
quer na forma, quer na estrutura. A ordem interna era mantida pela relação
entre os símbolos principais, que, em virtude da sua complexidade, permitiam
que vários sistemas diferentes de inter-relação coexistissem na ordem interna
do abstracto Livro das Mutações.
Livro das
Mutações escrito em Li Shu
A prática
do I Ching, influencia as nossas ações e pensamentos,
e, com o auxílio da racionalidade, podemos gerir a nossa vida e o nosso ambiente
com tranquilidade e sabedoria. Apesar de todas as dificuldades por que
passamos, temos a obrigação de procurar a harmonia no nosso quotidiano para
mantermos o nosso rumo e atingirmos os nossos objectivos, sejam eles quais
forem.
Experimentar
o I Ching é tentar compreender como se
geram e se produzem as mudanças nas nossas circunstâncias de vida e em nós
mesmos. Indica-nos a direcção natural, ou de menor resistência à mudança, da
situação em que nos encontramos. Mostra-nos a realidade da nossa pergunta.
A
possibilidade de descobrir e desmascarar as contradições que se escondem para
lá das aparências - de compreender as mudanças que se produzem na nossa vida -
é principalmente o que nos oferece o I Ching.
Através
da estruturação de ideias representadas nos diferentes símbolos e hexagramas, e
das relações que se estabelecem entre as mesmas, revelam-se as respostas.
Se conseguírmos
compreender de antemão as possíveis consequências de uma determinada acção,
ideia, palavra, facto ou atitude, poderemos “achar” que estamos a adivinhar o
futuro. Ainda que realmente se trate de uma simples previsão, resultante do
entendimento da relação que existe entre os acontecimentos à luz do I Ching.
A
questão é que, também do ponto de vista estritamente prático, essa análise, essa previsão apurada neste sistema, pode
fazer toda a diferença e abrir-lhe horizontes, possibilitando-lhe escolhas bem
fundamentadas e produtivas.
Com o auxílio do I Ching, da nossa consciência, das nossas
acções e da nossa intuição, podemos:
õ Descobrir o nosso verdadeiro potencial e as nossas
qualidades ou virtudes, por vezes desconhecidas. Conhecermo-nos a “nós mesmos”
e aos outros, profundamente.
õ Aprender a relacionarmo-nos de modo harmonioso e
prazeroso com o nosso quotidiano.
õ Conhecer as causas dos mais diversos sentimentos e
emoções, a melhor forma de lidar com eles e transformá-los em harmonia ao invés
de distúrbios.
õ Aprender a tomar decisões sábias e criativas.
õ Encontrar a via que nos leve até ao nosso pleno desenvolvimento
espiritual, e a tornarmo-nos pessoas produtivas com ética e moralmente boas.
õ Moldar de modo criativo e satisfatório nosso destino.
õ Criar hábitos de meditação e relaxamento.
Retomando
este retrato à la minute do I Ching;
a origem dos 64 hexagramas é, como já mencionei, atribuída a Fu Hsi, o autor
mítico chinês.
Cada um dos 64 hexagramas é um espelho
no qual refletimos uma faceta de nós mesmos.
Esta
afirmação, até o mais céptico e racional dos indivíduos é perfeitamente capaz
de compreender e aceitar. O que realmente causa admiração a quem pratica e, suspeição
em quem nunca experiênciou o I-Ching,
é que o hexagrama gerado ao "acaso" pelas variáveis do yin e yang,
resulta em algo mais do que uma resposta estática.
Até
mesmo um "observador externo" ao evento percebe evidentes
coincidências entre a pergunta original e o símbolo resultante pelo método do I Ching.
Não
existe uma relação causal, mas, subjectivamente, emocionalmente, é sentido que ocorrem
continuadamente coincidências significativas, ou seja, sincronicidades entre
o momento vivenciado pelo consulente e a interpretação clássica do hexagrama
resultante.
Eu também
diria que o I Ching não é um oráculo,
embora o uso deste com essa finalidade seja sempre uma lufada de ar fresco que
nos leva a reencontrarmo-nos e a reestruturarmo-nos. O Livro das Mutações é na
sua essência um dispositivo de auto-conhecimento
e, como tal, uma ferramenta “fazedora” de qualidade de vida.
O bem estar e o equilibrio espiritual/emocional são uma consequência
inevitável da estabilidade que o I Ching promove.
Pessoas e acontecimentos
de importância relevante na história do I-Ching:
3000
ac - Fu Hsi, lendário imperador
preconizador da civilização chinesa, estabeleceu as bases do sistema binário e
do I Ching, na forma das forças Ying e Yang. Identificou os oito trigramas que
constituem o núcleo do I Ching, 8 Kua.
Nessa
época, o I Ching não possuia ainda qualquer texto, as leituras eram retiradas
directamente dos desenhos de linhas, trigramas e hexagramas e o livro
chamava-se “I” (Yi).
1100
ac - Sacerdotes da Dinastia Shang – descobriu-se
a diversidade dos padrões do tempo. Aperfeiçoou-se o ritual e fez-se com que a
formulação de questões se torna-se a parte central do mesmo.
600
ac Rei Wen – criou os hexagramas, conectando
dois trigramas de cada vez, e, aos seus textos explicativos dos mesmos chamamos
“julgamentos”. Alguns historiadores afirmam que o verdadeiro autor da Sequência
de Hexagramas atribuida ao Rei Wen, não foi o próprio. Acontece que, nesses
tempos, era vulgar atribuir a autoria das obras aos notáveis da sociedade –
mais exactamente, aos nobres.
De
qualquer forma, esta é a mais antiga sequência que chegou aos nossos dias em
documentos originais.
600 ac Duque de
Chou (filho do Rei Wen e fudador da dinastia Chou)– descreveu
e definiu cada uma das linhas em mutação que compõem o hexagrama.
É este conjunto, “hexagrama-julgamento-textos
das linhas” que compõe a estrutura do I Ching,
que nessa época se chamava Chou I
(Mutações dos Chou).
551-499 ac Vuhsien – criou o ritual das varetas.
551-479 ac Confucius
– foi um grande apaixonado pelo estudo do Chou I,
reservando-lhe um lugar de destaque entre seus Cinco Clássicos. Chegou a
afirmar que, se dispusesse de mais 50 anos de vida, dedicá-los-ia integralmente
ao estudo desta obra imortal!
Confúcio escreveu centenas de comentários, principalmente
a "imagem", que ilustra o significado do Hexagrama, e as
"pequenas imagens", comentários sobre cada um dos textos de cada
linha. Existem ainda outros textos que comentam o Chou I, que são atribuídos a
este sábio chinês, conhecidos como "As Dez Asas". Entretanto, vários
pesquisadores contestaram a veracidade histórica desses trabalhos, e a sua
autoria foi atribuida a discípulos confucianos de épocas posteriores.
Ao conjunto dos textos antigos do Chou I, acrescidos dos
textos das imagens escritas por Confúcio, deu-se o nome de I Ching
(Clássico das Mutações),
por estar inserido na revisão confuciana de antigos
textos chineses conhecidos como "Clássicos". Note-se que essa
denominação é muito posterior à morte do filósofo.
Na China, ainda hoje essa obra é mais conhecida
popularmente como Chou I,
sendo I Ching
um termo mais usado no Ocidente.
213 ac – os simbolos antigos são substituidos pelos actuais simbolos gráficos.
1011-1077 Queima
dos livros - foi poupada parte
do I Ching por lhe
encontrarem uma utilidade práctica.
1130-1200 Shao
Yung – criou a Numerologia.
séc. XVIII Chu
Shyi - O thai ji (thai chi) ocupa o centro do sistema
simbólico do I Ching como simbolo básico.
séc. XVI - Invenção
das moedas como uma técnica mais simples e rápida de achar o
hexagrama/resposta.
séc. XVI – Tempos das grandes viagens do ocidente para o oriente. Chegada dos
jezuítas à China e consequentes primeiras traduções do I
Ching.
1713 – Leibnitz, matemático suiço, cria as bases do sistema matemático binário, onde os todos
os valores são expressos em função dos estados "1" (ligado, positivo)
e "0" (desligado, negativo). Foi a partir daí que foi possível o
desenvolvimento do sistema binário que é a base dos computadores. Leibnitz
identifica as semelhanças do I Ching com seu sistema binário.
1948 - C. G. Jung usa o I Ching como ferramenta. Ele interpreta-o
primeiro como arquétipos, imagens paradigmáticas que o auxiliam na viagem ao
interior da psique do seu paciente.
1969 – E. H. Gräfe escreve o
artigo intitulado "I Ching, o Livro das Mutações e o Código Genético, o
Livro da Vida" na revista de medicina geral Der Landarzt.
1973 – Martin
Schönberger, médico, publica o seu livro "Verborgener Schlüssel
zum Leben", mostrando a concordância exacta do código genético com a
estrutura numérica e o princípio de polaridade do I Ching.
Um método prático de consulta do livro é-nos
proporcionado por um antigo apêndice, atribuído a Confúcio, de acordo com as
seguintes instruções:
A mudança tem
um limite absoluto1:
Isto produz
dois modos2;
Os dois
modos produzem quatro formas3,
As
quatro formas produzem oito trigramas4;
Os oito
trigramas determinam sorte ou azar.
Esta fórmula resume a base da estrutura do Livro, de onde deriva o mais simples método de deduzir conselhos específicos.
1) O limite absoluto de mudança refere-se à tranquilidade mental. O primeiro passo,
ao consultar o Livro é acalmar a mente, atingir um estado de meditação.
2) Os dois modos são o yin e o yang. Estes termos abstractos representam flexibilidade e firmeza, fraqueza e força,
imobilidade e movimento, passividade e actividade, tristeza e felicidade, depressão
e entusiasmo. Na verdade o Yin e o Yang são associados a duas listas
distintas de qualidades opostas:
Yin
Escuridão/Noite
Frio
Baixo
Repouso
Feminino
|
O problema destas listas de características do Yin e do Yang é que numa abordagem
ocidental, tendemos a ver conceitos estáticos, precisos e distintos.
A abordagem chinesa destes conceitos não é estática mas sim dinâmica. |
Yang
Luz/Dia
Quente
Alto
Acção
Masculino
|
A
identificação dos factores yin e yang e das qualidades de uma pessoa ou
situação, ajudam a compreender e aplicar as afirmações dos componentes yin/yang
de cada hexagrama do Livro das Mutações. Note-se que o yin e o yang não simbolizam
o feminino e o masculino no Livro, embora naquele quadro de representação uma
mulher represente o yin e o homem o yang, mas não o contrário.
Um
símbolo feminino, portanto, não representa o género feminino, e um símbolo
masculino não representa o género masculino; o yin não representa as mulheres e
o yang não representa os homens. Yin e yang
são aspectos complementares que estão presentes em todas as pessoas e fenómenos.
Também
é importante notar que o yin e o yang não simbolizam o bem e o mal. Eles podem ser, indiscriminadamente, o bem
e o mal, de acordo com a função da sua qualidade numa determinada situação, num
dado momento.
Antes
de se conhecerem as expressões Yin e Yang, eram utilizadas linhas para expressar
as mesmas ideias.
Linha quebrada, vazada ou aberta
(está
implicita uma crescente tensão em direcção ao centro para que a linha se
feche)
|
Linha sólida, inteira ou fechada
|
O movimento continuo de Yin para Yang e de
Yang para Yin, está no centro do conceito Chinês de divinação e, é o simbolo
central da estrutura do livro.
Afinal o I Ching é o Livro da Mutação.
Tao Teh Ching: “Um produz
dois, dois produz três, três produz dez mil coisas”.
Os
Trigramas e os Hexagramas.
Recapitulando; a estrutura divinatória do I Ching é composta por
sessenta e quatro hexagramas. Cada um deles é formado por dois trigramas.
Cada trigrama é composto por três linhas que podem ser Yin ou Yang.
|
Uma
vez que existem duas possibilidades para cada linha (quebrada ou sólida, yin ou
yang) e sendo o trigrama formado por três linhas, estes são apurados pela
segunte fórmula: 23 = 8.
3) As quatro formas são o yin maior e
menor e o yiang maior e menor.
O modo
yin é subdividido em yin maior e yang menor ou yin no auge e yang incipiente. O
modo yang é subdividido em yang maior e yin menor, ou yang no auge e yin
incipiente.
O
significado destas subdivisões está na representação do princípio de que yin e
yang não são estáticos, estão sempre num processo de crescimento ou diminuição.
Cada
Digrama foi associado a Cinco Qualidades do Chi (Wu Xing).
No
domínio das Cinco Qualidades, o Fogo, a Madeira, o Metal e a Água formam a
Terra e as estações.
4) A partir do
casamento do Céu com a Terra, manifesta-se uma terceira força (linha do Homem – Ren), que
interage com as quatro formas do Yang e as quatro formas do Yin, formando os
8 Códigos Primários (Trigramas).
Isto quer dizer que, os oito trigramas, surgem da
acção de Ren sobre os monogramas Yin e Yang uma vez que eles, nas suas quatro
formas, vão combinar-se com os digramas a que tinham dado origem.
Os oito trigramas têm nomes não encontrados em chinês, a origem é
pré-literária.
Trigramas
do yang maior: Quián
CÉU representa força
ou criatividade e
Duì LAGO a alegria ou atracção.
Trigramas do yang menor: Kân ÁGUA representa paixão ou perigo e
Xùn
VENTO a penetração ou suavidade
Trigramas do yin maior: Kun TERRA representa receptividade ou
docilidade e
Gèn MONTANHA a paragem ou imobilidade
Trigramas do yin menor: Zhèn TROVÃO representa iniciativa ou acção
e
Lí FOGO atenção ou
consciência
No domínio dos 8 Trigramas produzem-se todos
os fenômenos visíveis. A interação destes oito símbolos forma o âmago dos sessenta e quatro
capítulos (hexagramas) d’ O Livro das Mutações.
Agora, quase podemos ver o movimento ao voltar a observar
este mapa do I Ching!
A interação entre Yin e Yang produz os sessenta e quatro
hexagramas e estes produzem tudo.
Uma vez seleccionados os hexagramas, a sua aplicação específica ao assunto de interesse é uma questão pessoal. É da natureza d’O Livro das Mutações mudar de significado de acordo com os vários factores individuais, incluindo o humor e a personalidade do leitor. Ou seja, se receber um dado hexagrama como resposta a uma questão e, em seguida, uma amiga sua fizer a mesma pergunta em relação a ela e receber o mesmo hexagrama, a interpretação da resposta poderá ser outra. É outra pessoa, são outras crcunstâncias, outra vida, outra mutação.
Para realçar a personalidade de uma
dada leitura, cada hexagrama pode, também, ser
emparelhado com outros dois, uma correlação primitiva e um complemento
estrutural. O sucesso da consulta está, obviamente nas capacidades e
sabedoris da pessoa que interpreta os hexagramas.
ESTA É A TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS DOS NOMES ATRIBUÍDOS
AOS 64 HEXAGRAMAS DO I CHING:
01) qián
_____O Criativo
02) kūn _____O Receptivo
03) zhūn _____A Dificuldade
Inicial
04) mēng _____A Insensatez
Juvenil
05) xû
_____A Espera
06) sòng
_____O Conflito
07) shī _____O Exército
08) bì
_____A Solidariedade (A União)
09) xiǎo chù _____O Poder de
Domar do Pequeno
10) lǚ _____A Trilha (A
Conduta)
11) tài
_____A Paz
12) pǐ _____A Estagnação
13) tóng
rén _____A Comunidade com os Homens
14) dà yǒu _____Grandes Posses
15) qiān _____A Humildade
(Modéstia)
16) yù
_____O Entusiasmo
17) suí
_____O Seguir
18) gǔ _____O Trabalho sobre o
Deteriorado (O Trabalho sobre o Corrompido)
19) lín
_____A Aproximação
20) guān _____A Contemplação
21) shì
kè _____O Morder
22) bì
_____A Graciosidade (Beleza)
23) bō _____A Desintegração
24) fù
_____O Retorno (O Ponto de Mutação)
25) wú
wàng _____A Inocência
26) dà
chù _____O Poder de Domar do Grande
27) yí
_____O Prover Alimento (As Bordas da Boca)
28) dàguò _____A Preponderância do Grande
29) kǎn _____O Abismal (A
Água; O Insondável)
30) lí
_____O Aderir (O Fogo)
31) xián
_____A Influência (O Cortejar)
32) héng
_____A Duração
33) dùn
_____A Retirada
34) dà
zhuàng_____O Poder do Grande
35) jìn
_____O Progresso
36) míng
yí _____O Obscurecimento da Luz
37) jiā rén _____A Família
38) kuí
_____A Oposição
39) jiǎn _____O Obstáculo (A
Obstrução)
40) jiě _____A Liberação
41) sǔn _____A Diminuição
42) yì
_____O Aumento
43) guài
_____A Determinação (O Irromper)
44) gòu
_____Vir ao Encontro
45) cuì
_____A Reunião
46) shēng _____A Ascensão
47) kùn
_____A Opressão (A Exaustão)
48) jǐng _____O Poço
49) gé
_____A Revolução
50) dǐng _____O Caldeirão
51) zhèn
_____O Incitar (A Comoção; O Trovão)
52) gèn
_____A Quietude (A Montanha)
53) jiàn
_____O Desenvolvimento (O Progresso Gradual)
54) guī mèi _____A Jovem que se
Casa
55) fēng _____A Abundância (A
Plenitude)
56) lǚ _____O Viajante
57) xùn _____A Suavidade (O Penetrante; O Vento)
58) duì
_____A Alegria (O Lago)
59) huàn
_____A Dispersão (A Dissolução)
60) jié _____A Limitação
61) zhōng fú _____A Verdade
Interior
62) xiǎo guò_____A
Preponderância do Pequeno
63) jì jì
_____Após a Conclusão
64) wèi
jì _____Antes da Conclusão
As imagens dos hexagramas são como
as dos sonhos, existem na mente de todos os homens independentemente da
cultura. As imagens do I Ching
pertencem á humanidade, e, não pertencem a ninguém.
O I
Ching nasceu do desejo dos homens de conhecer a verdade da vida. Com
ele, podiam comunicar com as entidades que acreditavam serem responsáveis por
tantos fenómenos maravilhosos. Podiam encontrar o caminho certo para o sucesso
das suas vidas e contribuir para um mundo harmonioso.
Hoje, milhares de anos após a
criação do “I”, por todo o mundo,
continuamos a usufruir da sabedoria dos seus textos.
Os nossos cinco sentidos
transmitem-nos um mundo que conhecemos como a realidade. Mas essa realidade é
relativa, cada individuo a cada momento tem a sua pois, a forma como os nossos
sentidos captam os acontecimentos depende de vários factores variáveis. Muitas
vezes, esquecemo-nos ou não temos tempo para parar e analizar devidamente as
questões. O stress não permite a acuidade, destroi a capacidade de organização,
encerra o espirito e mata a criatividade. O I
Ching concede-nos um espaço para olharmos para dentro de nós, conhecermos
a nossa situação presente e, em silêncio conversarmos com o nosso âmago. Imagem
a imagem, iremos ao encontro dos nossos objectivos com a chave do conhecimento
para a uma vida de qualidade. Todas as questões têm uma resposta que reflecte o
nosso íntimo e a nossa vida, a verdade, não deixando que o acaso nos
prejudique.
O método do I Ching toma realmente em
consideração a oculta qualidade individual existente nas coisas e nos homens e também no
nosso próprio inconsciente.
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