6 de março de 2012

Athanasius Kircher




Athanasius Kircher foi um jesuíta, matemático, físico, alquimista e inventor alemão nascido em Geisa, uma cidade pequena no banco do norte da Rónia Superior, Buchónia, famoso pela sua versatilidade de conhecimentos e particularmente pela sua habilidade para o conhecimento das ciências naturais.

O seu pai, John Kircher, estudou Filosofia e Teologia em Mainz, sem, porém, ter sido ordenado, obteve o grau do doutor na faculdade, dissertando em Teologia na casa Beneditina, em Seligenstadt. O seu filho estudou ciências humanas na Faculdade Jesuíta, em Fulda, e em 1618 entrou para a Sociedade de Jesus, em Paderborn.
Terminado o noviciado, mudou-se para Colónia para estudar Filosofia, em plena Guerra dos 30 Anos. O jovem e talentoso estudante dedicou-se especialmente às ciências naturais e aos idiomas clássicos, especialidade que ele logo passou a ensinar nas filiais das faculdades Jesuítas, em Coblenz e Heiligenstadt. Em Mainz, onde ele começou os estudos teológicos em 1625, atraiu a atenção pela sua habilidade como experimentalista.

Ordenado padre em 1628, antes mesmo de terminar seu último ano probatório, em Speyer, foi convidado para assumir a cadeira de Ética e Matemática na Universidade de Würzburg, enquanto ao mesmo tempo já ensinava sírio e hebreu. Porém, por causa da guerra, foi obrigado a ir primeiro para Lyon, em França (1631), e depois para Avignon.
Em Aix tomou conhecimento da pesquisa do senador francês Sicolas Peiresc, sobre os hieróglifos egípcios, e o famoso senador viu nele o homem certo para resolver o enigma egípcio. Assim, solicitou a sua liberação dos Jesuítas para que ele pudesse ficar em Roma dedicando-se à pesquisa. Viveu, então, o resto da sua vida em Roma, cidade onde morreu, e onde papas, imperadores, príncipes e prelados respeitavam suas investigações e, essencialmente, as suas opiniões.

Ao fim de seis anos na Universidade de Roma, onde ensinou Física, Matemática e idiomas orientais, foi liberado destes deveres para que pudesse ter liberdade nos estudos e dedicar-se à pesquisa científica formal, especialmente no sul da Itália e Sicília. Viajou para Malta e estudou o vários vulcões entre Nápoles e a ilha. Especialmente estudou um fenómeno no Estreito de Messina (1638) onde, além do barulho da onda, um estrondo subterrâneo atraiu o seu atenção.

Em Trapani e Palermo seu interesse foi despertado pelos restos de elefantes antediluvianos. Mas antes de tudo ele tentou descobrir o poder subterrâneo dos vulcões Etna e Stromboli, então em erupção, especialmente influenciado pelos fenómenos provocados pela assustadora erupção do Vesúvio (1630).

Estudou as ciências da Alquimia, Astrologia e Horoscopia, que ainda estavam muito em voga no seu tempo. Usando um microscópio rudimentar, examinou doentes com peste e observou pioneiramente os vermes, construiu um aparelho para projectar imagens, conhecido como lanterna mágica (1646) e relacionou a peste bubónica com a putrefação.

Para se ter uma idéia aproximada da sua actividade literária é necessário observar que durante a sua curta estada em Roma nada menos que quarenta e quatro livros foram escritos por ele, entre eles: Specula Melitensis Encyclica sive syntagma novum instrumentorum physico-mathematicorum (1638), Magnes sive de arte magnetica (1640), Lingua ægyptiaca restituta (1643), Ars magna lucis et umbræ (1644), Musurgia universalis sive ars consoni et dissoni (1650), Itinerarium extaticum s. opificium coeleste (1656), Iter extaticum secundum, mundi subterranei prodromus (1657), Scrutinium physico-medicum contagiosæ luis, quæ pestis dicitur (1658), Obeliscus Pamphylius (1660) e Polygraphia seu artificium lingarum, quo cum omnibus totius mundi populis poterit quis correspondere (1663) e Mundus Subterraneus (1678).

Em resumo, Athanasius Kircher destaca-se como uma daquelas mentes brilhantes e abarcantes da época de Descartes e Newton, mas que expandiu o seu conhecimento à luz de uma visão de mundo unificada e espiritual. Para este verdadeiro renascentista o cosmos era uma gloriosa teofania à espera de ser explorada.


Kircher era um jesuíta e um arqueólogo, um linguista, e ao mesmo tempo um ávido colector de experimentos de toda sorte assim como de explorações geográficas. Investigou o mundo subterrâneo, decifrou linguagens arcaicas, experimentou com a alquimia e terapia musical, óptica e magnetismo. A sabedoria do antigo Egipto, dos Gregos, da Cabala e do Cristianismo serviram de ingredientes para a sua filosofia, e a sua reinterpretação da história da colaboração científica e artística entre homem, Deus e Natureza. Além dos seus sumptuosos volumes enciclopédicos que foram reverenciados por toda Europa, destacaram-se especialmente as suas gravuras que preenchiam a maior parte das suas obras.


A Música das Esferas
Embaixo, à esquerda, Pitágoras aponta para os ferreiros que o inspiraram.  Aqui, estes estão a trabalhar no interior de uma orelha. Kircher descreve com grande minúcia a sua "maravilhosa concepção anatómica", com a ajuda de um martelo e de uma bigorna. De acordo com o teórico da música neoplatónica, Boécio (sec. V a.C.),
a "música instrumentalis" terrena é tão só uma pálida imagem da "música mundana", da música das esferas, representada pela esfera no centro.  Esta, por seu turno, é apenas um pálido eco da música divina dos nove coros de anjos. 







Filho do movimento renascentista, Kircher lançou a rede dos seus interesse sobre uma imensidão de temas, sem que se possa enquadrá-lo em nenhuma categoria: enciclopedista, geólogo, biólogo, arquitecto, filólogo, lógico, etc.. Desde Leonardo da Vinci que não se conhecia um homem semelhante, sendo que talvez nenhum semelhante seja conhecido depois de Kircher. Os seus estudos e obras são um imenso apanhado de iniciativas e projectos, muitos dos quais descartados pela crítica como sem sentido. Mas, se for abordado com o devido cuidado que se deve ter com escritos e imagens tão ricas em simbolismo, o seu pensamento poderá vir a ser tratado como merece.


Uma das mais antigas representações em diagrama dos 72 Nomes de Deus foi feito por Athanasius Kircher no texto “Oedipus Aegyptiacus”, e tem sido copiado e macaqueado à exaustão:



A "Árvore Kircher": Em 1652, Athanasius Kircher desenhou esta Árvore da Vida
baseado huma versão de 1625 por Philippe d'Aquin.
Ela permanece como a mais usada na cabala hermética.





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